Histórico

Foto da sala de cultivos com prateleiras de placas de metal perfuradas em que são mantidas as algas, em condição metabolicamente ativas, em tubos de vidro com tampa de rosca com iluminação LED lateral e sob temperatura controlada por ar-condicionado.

A Coleção de Culturas de Microalgas de Água Doce da Universidade Federal de São Carlos (CCMA-UFSCAR), cadastrada no World Data Center for Microorganisms (WDCM) com o número 835 (link externo), localiza-se no Laboratório de Ficologia do Departamento de Botânica da UFSCar. Ela foi iniciada em 1977, com a transferência do Prof. Dr. Armando Augusto Henriques Vieira para a Universidade Federal de São Carlos, vindo do Instituto Oceanográfico-USP, onde também havia iniciado a Coleção de Microalgas Marinhas.

A CCMA-UFSCar é, muito provavelmente, a maior e mais diversificada coleção de microalgas de água doce mantidas em cultivos no país. Atualmente o acervo conta com 700 cepas de microalgas e cianobactérias em cultivos unialgais (muitas delas axênicas) isoladas de ambientes aquáticos de diversos Estados brasileiros, além de aproximadamente 120 cepas oriundas de outros países. Aproximadamente 150 cepas são mantidas também criopreservadas. Entre os grupos taxonômicos representados podemos citar as cianobactérias, criptofíceas, xantofíceas, crisofíceas e, principalmente, algas verdes (de diferentes classes das divisões Chlorophyta e Streptophyta) e diatomáceas. A maioria dos clones foi isolada de corpos d'água como reservatórios, pequenas lagoas, riachos, nascentes e ambientes encharcados da região da cidade de São Carlos, e de todas as 22 Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo (em projeto temático BIOTA-FAPESP, 2011/50054-4). Algumas cepas são de outras regiões, como Pantanal mato-grossense, nascentes do Rio São Francisco, Rio Madeira, reservatório de Xingó etc.

A CCMA-UFSCar foi e continua sendo suporte para diversos projetos de pesquisa financiados pelo CNPq, FINEP e FAPESP, incluindo quatro projetos temáticos financiados pela FAPESP. Tais projetos originaram muitas teses de doutorado e mestrado, trabalhos de pós-doutoramento e iniciação científica.

A Coleção vem, também, fornecendo há anos inóculos para diversas instituições públicas e privadas e empresas para os mais diversos fins, incluindo ensino e pesquisa. O fornecimento é atualmente formalizado por meio de projeto de extensão.

Pesquisas com criopreservação, para otimização dos procedimentos de manutenção do banco, filogenia e taxonomia são essenciais para garantia de disponibilidade de distribuição e melhora na qualidade dos inóculos distribuídos.

Atualmente as pesquisas para manutenção e melhoramento da coleção, são mantidas com auxílios oriundos de projetos de pesquisa CNPq, de colaborações em projetos FAPESP, além de auxílio FINEP específico para manutenção de coleções biológicas. A execução dos projetos de pesquisa no Laboratório de Ficologia é possível também pelas bolsas de iniciação científica e pós-graduação fornecidas pelas agências de financiamento CAPES, CNPq e FAPESP. Assim, o laboratório de Ficologia e a CCMA-UFSCar vêm treinando há muito tempo, mão de obra especializada o que deu origem a outras coleções direcionadas de importância no país.

Nesta publicação, vocês podem encontrar um pouco mais sobre a CCMA-UFSCar (texto em inglês, link externo).